Especial Dragon Age | Mecânica e Jogabilidade dos Jogos Principais | 1

Especial de Dragon Age

  • Parte 1 – A mecânica e jogabilidade dos jogos principais.
  • Parte 2a – A História, as Raças e Facções de Thedas
  • Parte 2b – A História, as Raças e Facções de Thedas

Ouça nosso podcast sobre Dragon Age: Origins! Visite o post do ou dê play abaixo:

Oi, aqui é a Ane de novo! Esta série de posts busca dar um histórico da franquia Dragon Age tanto para quem já jogou quanto para quem não conhece nada sobre o universo de DA. Espero que me acompanhem até o final. >:3

“To create, deliver, and evolve the most emotionally engaging games in the world”

O primeiro Dragon Age foi lançado em 2009 e considerado um sucesso pela crítica em geral, recebendo também os prêmios de jogo do ano pela IGN e a Academia de Artes e Ciências Interativas. Ele é da BioWare, empresa cuja visão é definida pelo título dessa sessão. E imersão realmente tem tudo a ver com os produtos dela, que incluem a série Mass Effect, Baldur’s Gate, Neverwinter Nights e o Star Wars: TOR.

Os spin-offs de DA também deliciam os fãs: Além dos DLCs e expansões, há histórias em quadrinhos, jogos mobile, flash, seriados e um jogo de RPG, assim como os artbooks da franquia.

Nota: Utilizarei muitos termos em inglês para me referir aos elementos da série, mas além das traduções feitas por fãs, o DA recebeu um patch de tradução oficial gratuito no Inquisition. Este é, aliás, o primeiro patch pt-br da BioWare.

E já aviso: Este é um megapost. Na primeira parte falo da mecânica dos três jogos principais (SEM as DLCS e Expanções) e apresento alguns termos comuns a eles, na segunda falarei sobre o lore/história geral, depois entro na área de spoilers liberados com uma análise mais profunda do mundo, falo sobre os spin-offs (os jogos de celular, seriados, livros, etc) e depois minhas opiniões finais sobre a série e dicas para os iniciantes. 

Afinal, o que raios é o Dragon Age? Action RPG? Turn-based? 

É tudo isso. Inicialmente, vamos voltar a títulos mais antigos da BioWare que levantam o mesmo tipo de questão: Baldur’s Gate e Neverwinter Nights. Baseados nos sistemas AD&D e D&D, desenvolvidos na Infinity Engine e publicados pela Interplay e a Infogrames, respectivamente, eles são um híbrido entre os sistemas de tempo real e de turnos, podendo ser pausados a qualquer momento para que o jogador distribua as ações os personagens. Também é possível escolher se a AI do computador controla os outros personagens da party ou se tudo e todos ficam nas mãos do jogador, particionando o combate de forma semelhante a um RPG de turnos.

De acordo com o site oficial da série, o Origins, DA: II e o Inquisition são action role-playing-video-games de alta fantasia. Eu prefiro dizer que além disso tudo ele também tem elementos táticos, pois nem tudo precisa depender da sua coordenação e reflexos. Nesse sentido, o Dragon Age puxa o mesmo conceito híbrido dos dois títulos que acabei de citar: Você pode tanto controlar um membro da party por vez com uma câmera de terceira pessoa, usando as skills e realizando combos de acordo com os atalhos na UI, quanto pausar o jogo e ter um maior controle do campo de batalha, focando nas skills e combos de todos os personagens simultaneamente. Nenhuma estratégia é melhor que a outra. O jogo apresenta diversas situações que te fazem alternar entre as duas abordagens.

Sintam-se à vontade para comentar neste post e trazer mais informação sobre as definições de um jogo em turnos, ou em tempo real, action… E onde o Dragon Age fica aí no meio. Esse é um assunto que realmente rende MUITA discussão.

Já adianto que em todos os games você escolhe a sua origem e isso tem influência no local onde você começa o jogo, e em como o mundo virtual reage a você. Um elfo e rogue dos subúrbios será tratado mal pra caralh… de forma diferente do que um guerreiro humano nobre. A origem consiste em raça, classe e história de fundo do personagem (geralmente, é escolher entre um personagem da nobreza ou “do povo.”) Muitos guias já cobrem extensivamente tanto isso quanto os tipos de habilidades, por exemplo, então focarei aqui naquilo que é mais difícil de ver organizado num lugar só.


Música que toca no launcher do Origins, que gruda na cabeça e me dá arrepios até hoje.  Se você chegou até aqui é porque vai continuar lendo, né? Então dê play na música e continue a ler. Hara afah eo…

A trilha sonora é do Inon Zur.

A Mecânica e Jogabilidade dos Dragon Age

O que os três jogos principais tem em comum?

  • O sistema de dificuldade: Afeta coisas como a porcentagem de dano no friendly fire, número máximo de poções e os bônus da party e inimigos. Pode ser mudada a qualquer momento do jogo, sem penalidade, a não ser que você esteja de olho em algum achievement. Os dados modificados são diferentes nos primeiros dois jogos, e até o momento deste post não encontrei com que variáveis a dificuldade mexe no Inquisition.
  • Sistema de followers (chamados aqui de companions) e party máxima de 4 pessoas. Todos os pontos de experiência são divididos entre eles, até mesmo os que não estiverem em sua party. Esses personagens também te dão quests sobre a história deles no decorrer do jogo.
  • Sistema de aprovação onde se ganha pontos de amizade e romance com esses companions através de diálogos, presentes e ações. Um nível de aprovação baixo vira rivalidade, e o personagem pode te trair, atacar ou abandonar a party permanentemente.
  • Menu de táticas condicionais (como o sistema de Gambit do Final Fantasy XII, por exemplo) que ajuda o computador a controlar o resto da party.
  • Combos de habilidades e magias que podem ser ativados em batalha, para resultados mais devastadores. Como os jogos têm habilidades diferentes, as combinações não são as mesmas em todos eles… Mas a ideia por trás do sistema é a mesma e incentiva o uso de classes diferentes na mesma party.
  • Party banter: Termo conhecido entre os fãs, e que contribui para a imersão e roleplay. São os diálogos aleatórios entre a sua party, que podem acontecer a qualquer momento do jogo.
  • Há um sistema de “hardening” onde uma frase no lugar certo (ou errado) muda completamente o desfecho da história dos seus companions. Isso pode ser problemático para quem não acompanha detonados, pois não fica óbvio quando a opção aparece e quão grandes são as suas conseqüências.
  • Codex: São os infinitos livros, cartinhas e memoriais que os NPCs ADORAM deixar para trás e você vai encontrar constantemente em todos os jogos. Eles contam mais sobre a história do jogo, e clicar neles dá experiência.
  • Infinitos MODs para incrementar o jogo. Podem se preparar, porque em breve o Inquisition também estará cheio deles. E não só 500 downloads de elfos multicoloridos para serem os seus protagonistas.

Dragon Age: Origins

  • Há um sistema interessante aqui de apoio político que define o desfecho do jogo tanto no storytelling quanto nas batalhas finais. Na minha opinião, foi o Dragon Age onde senti o maior peso das minhas decisões.
  • Você recebe 3 pontos de personagem por nível, para distribuir entre seus atributos (Força, destreza, força de vontade, magia, astúcia e constituição)
  • Além dos atributos, certos níveis te dão pontos para distribuição entre habilidades e talentos/magias.
  • As habilidades são herbalismo, roubo, confecção de armadilhas ou venenos, táticas de combate, coerção e sobrevivência; e estão disponíveis para todas as classes de personagem
  • Já os talentos (para rogues e guerreiros) e magia (para… wait for it… magos), são acessíveis apenas para suas respectivas classes e representam as habilidades usadas em combate.
  • O personagem recebe um ponto de especialização no nível 7 e outro no 14, permitindo um aprimoramento de sua classe. Por exemplo, um rogue pode se especializar como bardo ou assassino, ganhando novos tipos de talentos.
  • Equipar armaduras diferentes = aparências diferentes para você e seus companions.
  • As falas do protagonista não são dubladas. Você escolhe sua “fala” clicando na frase desejada e pronto. Cito isso porque nos próximos jogos é introduzida a dialog wheel do Mass Effect, que vai mudar bastante a relação dos jogadores com os diálogos ingame.
  • Sistema de combos próprio.

 Dragon Age II

  • Diferente do Origins, apenas a aparência do protagonista, e não as do companions, muda com a troca de armaduras. Aqui a BioWare também introduz uma voz para o seu personagem, aumentando a imersão. Achei que a voz da protagonista feminina tem uma credibilidade muito boa.
  • A dialog wheel mostra ícones representando diplomacia, humor ou uma reação mais “durona” dão o tom do seu personagem nos diálogos e cristalizam a personalidade dele lá para o meio do jogo. Achei o personagem sarcástico bem engraçado e os diálogos com a equipe me divertem demais. O problema é que o personagem nunca fala literalmente o que está escrito na wheel, ele só parafraseia. E nem sempre do jeito que você espera:
dialogo dragon age II
!!!! DREGONS !!!!
  •  Reaproveitamento ABSURDO, eu repito, ABSURDO das dungeons e inimigos. Quem gosta de fazer todas as sidequests enlouquece, porque, sério, todas as dungeons do jogo são apenas a repetição de 1 ou 2 modelos. Eu estou me adiantando aqui para criticar o jogo, mas acho isso bem crucial e acredito que tenha peso na jogabilidade sim.
  • Também te dá 3 pontos de atributos por nível e apresenta um sistema de habilidades e magias semelhantes ao primeiro jogo. (Já vamos chegar no Inquisition, onde tudo muda)
  • Sistema de combos próprio.

 Dragon Age: Inquisition 

  • Aqui o jogo apresenta mapas bem mais amplos, mas, ainda assim, não é um jogo de mundo aberto. Preparem-se para as loading screens…
  • Você ganha apenas um ponto para colocar nas suas habilidades ou magias por nível. Os atributos só aumentam com o uso dos equipamentos e por um valor pré-determinado na passagem de nível, de acordo com seu tipo de classe. Não vi mal nisso. Dá para controlar a build de um personagem pelos equipamentos e, principalmente, habilidades.
  • Barra de experiência adicional que mede sua influência e aumenta com a realização de quests específicas. Ela também te dá Inquisition Perks, que você troca por itens raros, bônus de defesa ou usa para aumentar sua capacidade para carregar itens (dentre vários outros bônus), na mesa de guerra.
  • A War Table, ou mesa de guerra: Lembra quando você plantava beterraba no seu Colheita Feliz e tinha de esperar um tempo até elas nascerem? É isso, mas com operações de batalha ou o desbloqueio de áreas e quests novas. O tempo dessas missões varia entre 10 minutos e, se não me engano, 48h. As missões mais longas são bem raras. Também aqui que você troca as inquisition perks citadas no item acima.
  • Nos outros jogos você comprava ou achava poções. Aqui, você começa com um número limite de 8 poções de vida e mais um slot para equipar qualquer outra poção ou veneno desejado. Basta voltar para um de seus acampamentos (cada mapa do jogo terá vários) para fazer a estocagem. O único jeito de conseguir poções/venenos novos é fabricando-os numa mesa de crafting ou encontrando “supply crates” espalhadas pelo jogo. Não há como comprá-las.
  • Sistema de gathering e crafting: Os mapas estão cheios de minerais e ervas, nos quais basta clicar para realizar a coleta. Você fará seus equipamentos e poções com eles, além de itens especiais que são trocados por pontos de experiência para aquela barra de influência citada acima.
  • Power: Pontos de recompensa dados por algumas quests que te ajudam a desbloquear áreas e quests novas na war table. Por exemplo, a quest te dá 2 power, e você precisa de mais 6 para ir na War Table e avançar para o próximo mapa do jogo.
  • A aparência de todos os personagens volta a mudar de acordo com o equipamento que eles usarem. Mas todos tem um estilo próprio, então uma armadura na Cassandra terá uma aparência completamente diferente da mesma armadura, no Blackwall.
  • Mais ícones aparecem para dar o tom da fala do seu personagem: Pensativo, otimista, confuso, durão, briguento…
  • Multiplayer co-op para até 4 pessoas, em missões e mapas separados e que não tem influência no jogo principal. Nele, você e seus amigos são agentes da Inquisition cuja missão é eliminar grupos de inimigos dos mapas ou realizar quests como proteger um personagem (missão de escolta) e recuperar itens específicos. Os tesouros e ouro conseguidos no mapa são trocados por itens para o seu personagem do multiplayer, que também ganha experiência e níveis a cada campanha.

Quanto à duração e fator roleplay dos jogos, uso os dados do How Long to Beat?

tempo de jogo dos dragon age

São jogos longos, e o Inquisition ganha não só nas horas para completar a história principal como no multiplicador delas quando se pretende completar todas as quests e adquirir todos os “coletáveis” do jogo. É quase o triplo de tempo de duração da quest principal, contra quase o dobro do Origins, por exemplo. Acho que esse tempo fica maior ainda para quem gosta de ter controle total de suas opções de diálogo e ações (é um jogador que faz mais uso loads, replays, saves, backups…) e é justamente aqui que entra o fator roleplay: Nenhum dos jogos te recompensa com um “modo+,” por exemplo, mas a história, lore e vontade de testar rotas novas (que mudam muito a narrativa do jogo de acordo com suas ações) influenciam na escolha por um replay. Outro fator decisivo são os MODS, que servem tanto para personalizar gráficos e mecânica como para a zoeira mesmo – esse mod que eu linkei aqui, aliás, é uma referência às danças super constrangedoras de outros momentos da BioWare.

E… Encerro aqui a primeira parte do texto! Em seguida veremos a história do jogo, suas raças e facções principais, e já adianto que comentarei mais sobre os personagens nas áreas de spoilers e sobre os importantíssimos DLCs e Expanções na área dos Spin-offs. Se não, esta página ficaria gigante.

Dareth shiral, e até a próxima parte!~

Especial de Dragon Age

  • Parte 1 – A mecânica e jogabilidade dos jogos principais.
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  • Parte 2b – A História, as Raças e Facções de Thedas

2 comments

  1. Excelente o post sobre o jogo! Imagino o trabalho que deu pra fazer… Eu sou da geração do Zelda de SNes e me vi completamente perdido com tanta informação quando resolvi voltar a jogar videogame com Dragon Age Inquisition depois de uns quinze anos (sempre gostei de RPG, mas o último que eu joguei pra valer foi FFVII). Com o tempo até fui pegando o funcionamento dos sistemas… Mas o enredo era um mistério pra mim (tô conversando com o magistrado aí aparece a opção de perguntar “Cadê o Ari?” Só conheço o Aristóteles, o cara da bicicleta de pão que passa aqui na rua…) Depois dessa, procurei ajuda. Ler esse post me deu outra luz sobre o jogo. Tô gastando esse tempo escrevendo isso pq eu estou extremamente grato e vou poder aproveitar muito melhor agora esse épico. Sorte que a minha mulher também desenterrou o Warcraft dela lá, se não com as minhas 80 horas (por enquanto) de jogo ia ser divórcio! hahaha Parabéns pelo post e obrigado!!

    1. Opa, agradecemos muito pelo comentário! E perdão pela demora toda para responder, estamos super ocupados e às vezes perdemos o controle dos comentários do site.
      Nesse ponto provavelmente você já é veterano em Dragon Age haha, mas qualquer coisa é só perguntar! É um enredo bem rico, então de início há muita coisa para ler e às quais se adaptar mesmo. Se gostou da jogabilidade do Dragon Age e estiver interessado em algo um pouco mais leve na história e com um super combate e arte, acabamos de recomendar o Dragon’s Dogma, que é um tremendo jogo: http://www.bichosgeeks.com/podcast-13-dragons-dogma-e-dark-arisen/ E dá para compartilhar itens e personagens com a esposa também, ou colocar a personagem dela na party (mas o personagem será controlado pela inteligência artificial) então é um jogo bem legal para casais ahaha.

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