O termo surge da mistura de elementos de metroid com castlevania

O que é Metroidvania?

No podcast de Castlevania do Bichos Geeks falamos muito o termo “Metroidvania” para classificar certos jogos da série. Mas você sabe o que é um Metroidvania? Quais elementos fazem um jogo ser um metroidvania?

Metroidvania é um gênero de jogo de plataforma 2D (side-scroller) com elementos de jogos de ação/aventura e ênfase na exploração, podendo ou não, incluir elementos de jogos de RPG. Simplificando, é um jogo que te dá um mapa gigante, dividido em blocos, e uma enorme liberdade de exploração sobre ele. Geralmente adquirindo upgrades pelo caminho que podem auxiliar o jogador a desbloquear novas áreas do mapa, descobrir segredos, ou ajudar na batalha contra inimigos.

O nome foi cunhado a partir de dois jogos de destaque do gênero: Metroid e Castlevania. O termo para esse estilo foi adotado depois do lançamento do jogo Castlevania: Symphony of the Night, jogo que adotou alguns elementos de jogabilidade de Metroid somados a elementos de jogos de RPG. E devido a essa mistura, o público deu o nome de “Metroidvania”.

A História

Um dos precursores de alguns elementos do que conhecemos hoje como metroidvania não se deu com Metroid (NES, 1986) propriamente dito, mas sim em com o jogo Xanadu: Dragon Slayer II lançado em 1985 para MSX . Xanadu é um action RPG que faz parte da série Dragon Slayer, e mistura elementos de jogos side-scroller com dungeon crawlers. Sua sequência, Faxanadu (NES, 1987), brinca ainda mais com o estilo, deixando o elemento de dungeon crawler de lado, e focando apenas na exploração side-scroller.

Mas foi com Metroid para NES lançado em 1986, que o gênero começou a se consolidar. Diferente de Xanadu e outros jogos lançados anteriormente, que foram lançados apenas para o mercado japonês, Metroid foi lançado mundialmente pela Nintendo e conseguiu conquistar o público ocidental com seu mapa aberto e a obtenção de upgrades para auxiliar na exploração dele. A franquia ganhou ainda mais força com o lançamento de Super Metroid para SNES, o terceiro jogo da franquia, e que finalmente vinha com um mapa para que o jogador conseguisse se localizar.

Com a série Castlevania, os elementos do gênero já haviam sido trabalhados de uma outra forma muito antes de Symphony of the Night, sendo Vampire Killer (MSX, 1986) o primeiro jogo da série a ter elementos de exploração aberta e uma lojinha para que o jogador pudesse comprar itens em troca de corações obtidos na exploração, apesar disso o jogo ainda era dividido em 6 fases, não tendo um mapa único. A série ganhou ainda mais liberdade com a sequência para NES, Castlevania II: Simon’s Quest. Nele, o jogador tinha liberdade de andar por um mapa aberto único, com diversas cidades e mansões para o jogador entrar e enfrentar as forças de Drácula. Mas foi com Symphony of the Night que o gênero se consolidou e ajudou a fazer o que o gênero metroidvania é hoje.

Symphony of the Night e outros jogos da série Castlevania que partilham do mesmo gameplay, também são apelidados de Igavania, um acrônimo em homenagem a Koji Igarashi, o responsável pelas mudanças que Symphony of the Night passou para ser um metroidvania.

Jogos do Estilo

Metroid (Série)

super-metroid
Super Metroid um dos precursores do gênero

A série Metroid é uma das precursoras do gênero (apesar de alguns elementos já serem usados em alguns jogos passados). Nele, você controla Samus Aran, uma mercenária espacial mandada a missões de risco. O jogo chegou a mudar para um FPS na série Prime, mas é na série clássica side-scroller que vem a inspiração de diversos jogos atuais. É possível adquirir upgrades para a arma, pulo, bombas e outros mais que auxiliam na exploração da protagonista.

Castlevania (Série)

castlevania-metroidvania
Castlevania Portrait of Ruin

Castlevania já havia “brincado” com alguns elementos de exploração não-linear em jogos passados como o Vampire Killer, para MSX e Castlevania 2: Simon’s Quest para NES. Mas foi em Symphony of the Night que o termo nasceu, e foi a partir dele que os próximos jogos da série adotaram o mesmo estilo de jogabilidade. Além de Symphony of the Night, Aria of Sorrow (GBA) e Order of Ecclesia (DS) são outras duas excelentes recomendações do estilo dentro da série.

Cave Story

cave-story
Cave Story+

Cave Story é um metroidvania freeware (http://www.cavestory.org/download/cave-story.php) para pc, mas que ganhou versões com melhorias, tanto para PC quanto para consoles, todos pagos. Nele, o jogador controla um personagem sem memória que se encontra em uma ilha flutuante povoado por Mimigas, criaturinhas fofinhas que parecem coelhos, e que estão sendo atacados pelo malvado Doutor. As melhorias do personagem para auxiliar na exploração pelo mapa vem pelo ganho de um jetpack e nas trocas de armas.

Guacamelee!

guacamelee
Guacamelee!

Um aclamado jogo indie, Guacamelee une os elementos de metroidvania, com beat’em up e um bocado de humor (além de ser cheio de referências a outros jogos conhecidos). O jogador controla Juan, em uma veste de lutador de luta livre mexicano, enquanto ele luta para salvar a filha do El Presidente. Durante a exploração é possível encontrar diversas estátuas “Choozo” e é por elas que o jogador ganha as habilidades para exploração e até mesmo para luta.

Shadow Complex

shadow-complex
Shadow Complex Remastered

Shadow Complex é um exemplo de Metroidvania 2.5D (um jogo side-scroller, mas com gráficos 3D). Ficou por um tempo como um exclusivo para Xbox Live, mas recentemente ganhou uma versão para PC. Nele, o jogador controla Jason, que deve se infiltrar em um complexo militar secreto para salvar sua namorada que havia sido sequestrada pelos soldados de lá. Os upgrades do personagem vem em forma de pedaços da armadura que o jogador vem coletando durante o jogo. Há também diferentes armas para se coletar.

Valdis Story: Abissal City

valdis-story
Valdis Story: Abissal City – Boss Battle

Valdis Story é um metroidvania que não se segura apenas na exploração, mas seu esquema de batalhas é um pouco mais complexo do que os jogos desse estilo costumam ser. Além disso, os pontos de experiência recebidos podem ser aumentados conforme o número de combos que o jogador for aplicando os inimigos, e claro, quando o jogador toma dano ou demora demais para bater novamente no inimigo, o combo zera, fazendo com que as batalhas fiquem ainda mais complicadas. Esse é um jogo mais difícil do que o convencional, mas extremamente divertido.

La Mulana

la-mulana
La Mulana – Boss Battle

Em La Mulana você controla um explorador a lá Indiana Jones, com direito a chapéu e chicote como arma principal, e deve encontrar relíquias em tumbas esquecidas. Feito em homenagem aos jogos clássicos do computador MSX, contava com gráficos 8-bits inicialmente, mas ganhou um remake com gráficos melhorados em seguida. Apesar de muitos metroidvanias não colocarem muita dificuldade, e focarem mais na exploração e resolução de puzzles simples, La Mulana segue pelo caminho inverso, com puzzles bem complicados, e batalhas contra bosses muito difíceis, não é incomum ficar preso em alguma parte do jogo.

Strider

strider
Strider

Um clássico da Capcom para os arcades, que ganhou elementos de exploração melhorados no port para NES, mas não é dele que falamos nesse caso, e sim do remake Strider lançado em 2014 para PC, PS3, PS4, XOne e 360. Com elementos muito mais próximos a série Metroid, do que da série Castlevania, já que o jogador não coleciona diversos equipamentos, mas coleta upgrades que auxiliam na exploração do cenário. Com ação rápida e cenários grandes pra explorar, Strider é um ótimo remake para a série.

Rex Rocket

Rex Rocket
Rex Rocket

Rex Rocket é uma homenagem a jogos de 16 e 8-bit da era NES/SNES. Em um jogo cheio de ação e humor, controlamos Rex Rocket, um antigo herói de guerra, em uma batalha contra a inteligência artificial Lauren, que perdeu o controle e agora está atacando toda a tripulação da nave espacial que se encontram. Rex Rocket conta com um ótimo gameplay, além de sua trilha sonora frenética, ideal para seus momentos de ação e chefes extremamente difíceis.

Pra Ficar de Olho

Bloodstained: Ritual of the Night

bloodstained
Bloodstained: Ritual of the Night

Projeto de Koji Igarashi, um dos pais do estilo metroidvania, Bloodstained busca trazer de volta elementos e ambiente dos bons e velhos Castlevania. Financiado pelo Kickstarter, já soltaram algumas demos para quem ajudou no projeto, e parece estar satisfazendo muitos fãs de metroidvania.

Conhece algum outro Metroidvania que merece ser recomendado nesse post? Deixe nos comentários que vamos adicionando a lista de recomendações!

2 comments

  1. Muito Bom o texto!!!! Geralmente o conceito do estilo metroidvania é dado para a geração atual que não teve a oportunidade de conhecer o estilo do jogo nos bons tempos de 8 e 16 bits, bons tempos de antigamente!!!! Lembrando que os jogos de antigamente serve de base para os jogos atuais, valeu galera!!!!

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.